A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) realizou uma investigação abrangente sobre a qualidade dos suplementos de creatina disponíveis no mercado brasileiro. Esta análise surgiu em resposta a preocupações levantadas anteriormente por associações do setor, que indicavam possíveis irregularidades nos produtos. A avaliação da Anvisa concentrou-se em três aspectos fundamentais: o teor de creatina, a conformidade da rotulagem e a presença de substâncias indesejadas.
Os resultados da análise mostraram que a maioria dos produtos estava em conformidade com os padrões estabelecidos para o teor de creatina, com apenas uma exceção. A marca em questão está sob investigação, e seu nome não foi divulgado devido a procedimentos istrativos em andamento.
O papel da creatina na suplementação
A creatina é um composto que o corpo humano produz naturalmente a partir de aminoácidos como glicina, metionina e arginina. Este composto é armazenado principalmente nos músculos e desempenha um papel crucial na produção de energia durante atividades físicas intensas. Além de ser sintetizada pelo organismo, a creatina também pode ser obtida através de alimentos como carne vermelha e peixe.

O uso de creatina como suplemento é popular entre atletas e entusiastas do fitness, pois ajuda a melhorar a força muscular e a recuperação após exercícios. Para garantir a eficácia, é importante que o teor de creatina nos suplementos esteja dentro dos limites estabelecidos, que é de 3.000 mg por porção, com uma variação permitida de até 20% em relação ao valor declarado.
Desafios na rotulagem de suplementos
Durante a análise, a Anvisa identificou diversos problemas relacionados à rotulagem dos suplementos de creatina. A rotulagem precisa é essencial para garantir que os consumidores tenham informações corretas sobre o produto que estão adquirindo. Entre as principais falhas encontradas estavam:
- Alegações de benefícios não autorizados ou enganosos.
- Uso de imagens ou textos que podem confundir o consumidor.
- Informações nutricionais incompletas ou apresentadas de forma inadequada.
- Falta de clareza sobre a quantidade de porções e frequência de consumo recomendada.
Implicações dos resultados e ações futuras
Embora a análise da Anvisa não tenha identificado riscos imediatos à saúde dos consumidores, as irregularidades na rotulagem podem levar a ações corretivas por parte dos fabricantes. A agência enfatiza a importância de uma rotulagem clara e precisa para que os consumidores possam fazer escolhas informadas e seguras.
As amostras analisadas foram coletadas em várias regiões do Brasil, incluindo estados como Rio de Janeiro, São Paulo e Paraná, durante o segundo semestre de 2024. A Anvisa continuará monitorando o mercado para garantir que os produtos atendam aos padrões de qualidade e segurança.