O caju (Anacardium occidentale) é uma planta nativa do Brasil, especialmente das regiões de clima quente e seco, como o Nordeste. É uma árvore extremamente versátil, que produz tanto o pedúnculo suculento e aromático (conhecido popularmente como fruta) quanto a castanha de caju, altamente valorizada no mercado nacional e internacional.
Além de sua importância econômica, o cultivo do caju é relativamente fácil, adaptando-se bem a diferentes tipos de solo e sendo resistente à seca. Aprender a plantar caju é uma excelente oportunidade para quem deseja produzir frutos para consumo próprio ou investir em uma cultura altamente rentável.
Qual o melhor clima e solo para plantar caju?
O cajueiro é uma planta tipicamente tropical, que se desenvolve melhor em climas quentes e secos, com temperaturas médias entre 24°C e 32°C.
O caju tolera muito bem a estiagem, mas não se desenvolve bem em locais com excesso de umidade, geadas ou encharcamento.
Solo ideal para caju:
- Arenoso, leve, bem drenado e profundo
- Pouco exigente, mas responde bem à adubação e correções
- pH entre 5,5 e 6,5
- Evitar solos encharcados, argilosos e compactados
Como fazer o plantio do caju?
O plantio do caju pode ser feito por sementes, mas para garantir melhor qualidade dos frutos e precocidade, recomenda-se o uso de mudas enxertadas ou propagadas por garfagem.
o a o do plantio:
- Preparo do solo: Revolver a área, eliminando ervas daninhas, e abrir covas de 60 x 60 x 60 cm.
- Adubação da cova:
- 20 kg de esterco de curral bem curtido
- 500 g de superfosfato simples
- 200 g de calcário, se necessário, para correção de acidez
- Misturar bem com a terra retirada da cova
- Espaçamento: Plantar com espaçamento de 7 a 10 metros entre plantas, dependendo do porte da variedade e das condições do terreno.
- Plantio: Posicionar a muda no centro da cova, nivelando o colo da planta ao solo.
- Tutoramento: Instalar uma estaca para apoiar a muda e protegê-la contra ventos fortes.
- Irrigação: Regar no plantio e manter irrigação regular nos primeiros meses até o bom estabelecimento da muda.
Qual a melhor época para plantar caju?
A melhor época para plantar caju é no início da estação das chuvas, geralmente entre os meses de outubro e fevereiro, o que favorece o enraizamento da muda e seu desenvolvimento inicial.
Em locais com irrigação disponível, é possível plantar em qualquer época do ano.

Como fazer a adubação correta do caju?
O caju, apesar de rústico, responde muito bem à adubação, especialmente em solos mais pobres.
Adubação de plantio:
- Na cova:
- 20 kg de esterco de curral ou 10 kg de esterco de galinha
- 500 g de superfosfato simples
- 200 g de cloreto de potássio
- 300 g de calcário, se necessário
Adubação de manutenção (anual):
- Realizar preferencialmente no início da estação chuvosa:
- 20 a 30 kg de composto orgânico ou esterco curtido por planta
- 500 g de ureia (nitrogênio)
- 500 g de cloreto de potássio
- Distribuir em sulcos ao redor da copa, na projeção dos galhos.
Adubação equilibrada aumenta o vigor da planta, melhora a produção tanto de frutos quanto de castanhas e prolonga a vida produtiva do cajueiro.
Quais são os principais cuidados no cultivo do caju?
Para garantir o desenvolvimento saudável do cajueiro e uma boa produtividade, é essencial adotar alguns cuidados:
- Irrigação nos primeiros meses: Apesar de resistente à seca, a irrigação regular nos primeiros 6 a 12 meses é fundamental.
- Capina: Manter a área limpa, sem mato competindo por nutrientes.
- Poda: Realizar podas de formação nos primeiros anos, eliminando galhos mal posicionados, secos ou doentes, para formar uma copa bem estruturada.
- Tutoramento: Nos primeiros dois anos, utilizar estacas para proteger a muda dos ventos fortes.
- Cobertura do solo: Utilizar palhada para manter a umidade e melhorar a fertilidade do solo.
Quais pragas e doenças atacam o caju?
Pragas:
- Broca-do-tronco: Perfura o tronco, enfraquecendo a planta.
- Mosca-da-fruta: Ataca os frutos, causando apodrecimento.
- Percevejos: Sugam a seiva e afetam o desenvolvimento dos frutos.
- Lagartas desfolhadoras: Consomem folhas, afetando a fotossíntese.
Doenças:
- Antracnose: Causa manchas escuras nos frutos e folhas, levando ao apodrecimento.
- Oídio: Fungo que aparece como um pó branco nas folhas.
- Podridão-parda: Aparece em períodos de muita umidade, apodrecendo os frutos.
Manejo:
- Pulverizações com calda bordalesa, enxofre ou óleo de neem.
- Monitoramento constante e podas sanitárias para melhorar a ventilação.
- Controle biológico, armadilhas para moscas e bom manejo do solo.
Quando e como é feita a colheita do caju?
O caju começa a produzir em média 2 a 3 anos após o plantio, quando oriundo de mudas enxertadas, e 4 a 5 anos, se plantado por semente.
A colheita ocorre, normalmente, entre agosto e dezembro, dependendo da região e do clima.
Como colher:
- O caju é colhido manualmente, separando-se o pedúnculo (a parte carnosa que parece o fruto) da castanha (que é o verdadeiro fruto botânico).
- É importante colher quando o caju está com coloração viva (amarelo, vermelho ou laranja), indicando maturação completa.
A castanha deve ser retirada cuidadosamente, pois contém um líquido corrosivo e inflamável, exigindo cuidados no manuseio e na torrefação.
FAQ
1. É possível plantar caju em vaso?
Sim, mas apenas variedades anãs ou enxertadas, utilizando vasos grandes com no mínimo 100 litros, boa drenagem e exposição a sol pleno. Mesmo assim, a produção é limitada.
2. O caju precisa de muito sol?
Sim. O cajueiro é uma planta que exige sol pleno, com pelo menos 6 a 8 horas diárias de luz solar, essencial para seu desenvolvimento e frutificação.
3. Quanto tempo leva para o caju começar a produzir?
Em média, 2 a 3 anos, se plantado a partir de mudas enxertadas, e 4 a 5 anos, se cultivado a partir de sementes.
4. O cajueiro precisa de poda?
Sim. A poda é fundamental nos primeiros anos para a formação da copa, além de podas anuais de limpeza para retirada de galhos secos, doentes ou mal posicionados.
5. Por que meu caju não produz frutos?
As principais causas podem ser falta de adubação adequada, excesso de sombra, pragas, doenças ou falta de poda de formação, além de fatores climáticos, como ausência de um período seco bem definido.