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O artista deixa um acerco de milhares de fotos em que mostra a diversidade do Brasil, mas também a destruição ambiental e as desigualdades sociais. Em 2022, o fotógrafo deu uma entrevista ao <strong>Correio</strong> em que comentou sobre a exposição <em>Amazônia</em>.</p> <p class="texto">Lançada em 2022, no Sesc Pompeia, em São Paulo, <a href="/brasil/2025/05/7154653-sebastiao-salgado-um-defensor-da-amazonia.html" target="_blank"><em>Amazônia</em></a> é resultado de sete anos de imersões fotográficas de Sebastião na Amazônia brasileira, com cerca de 200 imagens. As imagens revelam a floresta, os rios, as montanhas e a vida de comunidades indígenas.</p> <ul> <li><strong>Leia também: <a href="/diversao-e-arte/2022/06/5012729-sebastiao-salgado-fala-sobre-o-processo-de-fotografar-a-amazonia.html" target="_blank">Fotógrafo Sebastião Salgado mostra a ''Amazônia viva'' em novo trabalho</a></strong></li> </ul> <p class="texto">O fotógrafo contou à repórter Nahima Maciel que trabalhou com várias etnias da Amazônia e percebeu o avanço da destruição da floresta. Mas para além da devastação da Amazônia, <a href="/diversao-e-arte/2024/02/6799218-sebastiao-salgado-completa-80-anos-com-obra-monumental-e-humana.html" target="_blank">Sebastião Salgado</a> sempre quis mostrar a beleza e a diversidade do bioma nas fotografias — a Amazônia viva, como ele dizia. </p> <p class="texto"> <div class="galeria-cb"> <amp-carousel class="carousel1" layout="fixed-height" height="300" type="slides"> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_247_1988_442511_displaysize-52607368.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Serra Pelada, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_6_9_461838_displaysize-52607366.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Trabalhadores colocam uma nova cabeça de poço em um poço de petróleo que foi danificado por explosivos iraquianos" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_6_1_410291_displaysize-52607363.jpg" class="contain" layout="fill" alt=" Sebastião Salgado Church Gate é a estação terminal da Ferrovia Ocidental, construída pelos britânicos; o sistema ferroviário cobre grande parte da Índia. Os trens são notórios por sua perigosa superlotação." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-0-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_22_3_411125_displaysize-52607361.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Uma visita médica, Equador" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_22_14_441215_displaysize-52607310.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Uma oração de agradecimento ao deus Mixe, Kioga, Oaxaca, México" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_22_5_443704_displaysize-52607304.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Um casamento no 'Razo de Catarina', Sertão da Bahia, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-1-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_22_11_423070_displaysize-52607299.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Um casamento no 'Razo de Catarina', Sertão da Bahia, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_22_4_426883_displaysize-52607260.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Durante a cerimônia de sepultamento de uma criança, Sertão da Paraíba, Brasil " width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_22_12_430519_displaysize-52600831.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Trabalhadores saindo da mina de estanho 'Século XX', Oruro, Bolívia" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-2-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_248_1988_454845_displaysize-52600829.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Serra Pelada, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_243_1988_446911_displaysize-52600818.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Serra Pelada, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_246_1988_426705_displaysize-52600816.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Serra Pelada, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-3-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_6_10_413738_displaysize-52600814.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Índia - Trabalhadores contratados pelos proprietários dos caminhões carregam os caminhões com carvão, um trabalho sujo e exaustivo que paga apenas vinte e duas rúpias (US$ 1,30) por dia." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_6_3_461335_displaysize-52600796.jpg" class="contain" layout="fill" alt="As brigadas de corte de açúcar trabalham em regiões e campos onde as máquinas são impraticáveis. Mais de um terço da produção cubana é cortada manualmente, e os trabalhadores recebem bônus especiais." width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_2007_6_8_434463_displaysize-52599723.jpg" class="contain" layout="fill" alt="São Paulo, Brasil: Bebês abandonados brincam no telhado de um centro da FEBEM (Fundação de Bem-Estar da Criança)" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> <amp-embed width=100 height=100 type=taboola layout=responsive data-publisher='diariosassociados-correiobraziliense' data-mode='thumbnails-a-photogallery' data-placement='taboola-widget-4-photo-gallery AMP' data-target_type='mix' data-article='auto' data-url=''> </amp-embed> <div class="slide"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/salgado_sebastiao_239_1988_459042_displaysize-52599706.jpg" class="contain" layout="fill" alt="Serra Pelada, Brasil" width="685" height="470"></amp-img> <figcaption class="fonte"> Acervo Sebastião Salgado - <b></b> </figcaption> </div> </amp-carousel> </div></p> <h3>Leia a entrevista completa:</h3> <p class="texto"><strong>Segundo o Ipam, o desmatamento na Amazônia cresceu quase 57% nos últimos anos. Você teme que a floresta que fotografou já não seja a mesma?</strong></p> <p class="texto">O bioma amazônico, principalmente no governo atual, sofre total ameaça. A primeira coisa que este governo fez foi tirar os filtros de proteção. O Ibama era um grande filtro de proteção, que verificava, dava multas. Foi eliminado para permitir a destruição. O segundo filtro foi a Funai, que sempre foi dirigida por cientistas, sempre foi organizada e funcionou na mão de sertanistas, de sociólogos, de antropólogos. A Funai hoje é dirigida por um delegado de polícia e serve ao agronegócio mais do que às comunidades. A Funai ou a ser o inimigo das comunidades. Isso permitiu a violação extrema do bioma e das comunidades indígenas. Minha grande esperança é que teremos eleição em quatro meses e que o próximo presidente não seja mais esse predador que está aí, seja alguém que respeite as grandes instituições brasileiras. A Funai é uma das maiores instituições de todas as Américas. Comunidades indígenas dos Estados Unidos e do Canadá foram inteiramente destruídas. O Brasil as mantém. E a Floresta Amazônica era altamente protegida pelo Ibama, pelo Instituto Chico Mendes.</p> <p class="texto"><strong>Você chegou a acompanhar o impacto dessa destruição junto às populações indígenas?</strong></p> <div id="cb-publicidade-retangulo-interna-4" class="pub-ret" data-google-query-id="CJjb9p6Huo0DFVFouAQdzzMb_w">São ameaças terríveis que estão acontecendo. O Brasil possui a maior concentração de índios isolados do mundo. Uma das maiores concentrações está no vale do Javari, e eles sofrem ameaças diretas dos garimpeiros, dos madeireiros e de pescadores, que facilitam enormemente a penetração dos territórios indígenas. O território yanomami está sendo violado por mais de 20 mil garimpeiros. Esses territórios são protegidos por lei, o governo brasileiro devia ser o primeiro agente da Constituição defendendo esse território. O governo é composto de três poderes: o Executivo, que é um predador, o Legislativo, que não toma posição, e o Judiciário, o único poder que mantém referência. É com o judiciário que estamos contando. As comunidades poderiam ter sido quase eliminadas agora com a covid-19. Graças ao judiciário, conseguimos que fossem as primeiras a serem vacinadas. A gente tem tendência a imaginar que o governo é só Executivo, mas temos três poderes e um deles atua, que é o judiciário. <p class="texto"><strong>Mostrar a beleza, e não a destruição da Amazônia, tem capacidade de mobilizar mais as pessoas?</strong></p> <p class="texto">São mais de 180 línguas diferentes, mais de 185 culturas diferentes, com origens diferentes. A opção que fizemos foi essa, de apresentar a Amazônia viva no sentido de que as pessoas compreendam o que é e que precisamos perseverar. É a maior concentração de riquezas do mundo. Eu sei porque o custo para recuperar um hectare é enorme. E quanto custa a destruição de um hectare da floresta amazônica? É o preço que vamos ter que colocar para refazer. Custa uma fortuna. Uma fazenda jamais vai gerar riqueza suficiente para pagar a destruição que fez. Se tivéssemos um projeto de desenvolvimento sustentável, para tirar um projeto turístico, com distribuição de cooperativas e comércio justo, íamos trazer um fluxo maior de dinheiro do que entra hoje. Com as plantas medicinais, poderíamos revolucionar a indústria farmacêutica. Mas isso é uma decisão de governo, uma decisão de levar a Amazônia para um projeto sustentável.</p> <p class="texto"><strong>Alguns cientistas dizem que a próxima pandemia pode vir da Amazônia. O desmatamento aumenta a probabilidade de contato com novos microorganismos que causam doenças infectocontagiosas. Há uma relação entre a Amazônia e a pandemia que estamos vivendo?</strong></p> <p class="texto">Claro que sim. Quando você olha a covid-19, é causada por um vírus que saiu da natureza, assim como o ebola. Então, se você pensa em um espaço como a Amazônia, o que contém de vírus, o que contém de enfermidades estocadas que nem conhecemos e que vão proporcionar surpresas terríveis com a destruição... Se continuarmos a grande escalada de destruição, seguramente vamos ter surpresas terríveis com vírus saindo da Amazônia. Imagina se tivermos três ou quatro vírus como o que causa a covid-19?</p> <p class="texto"><strong>Houve momentos de muita tristeza durante as expedições? Quais foram?</strong></p> <p class="texto">Os momentos de tristeza vieram toda vez que tive o aéreo e via a destruição da floresta, quando via milhares de toras de madeira descendo o rio, extraídas ilegalmente. Me dava uma tristeza imensa ver esse incentivo à destruição da maior riqueza brasileira. Esse governo atual tem que ser responsabilizado por esse crime ambiental que está cometendo.</p> <p class="texto"><strong>Como foi a aproximação e a relação com os indígenas durante a execução do projeto?</strong></p> <div id="cb-publicidade-retangulo-interna-7" class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ">Ir para comunidades indígenas precisa de muito tempo. Primeiro, o o é difícil, precisa obter autorização. Obtive autorização da Funai. Só pude ir depois da autorização e eles sabiam que eu ia, estavam me esperando. Para fazer um trabalho desses, precisa de muito tempo, precisa viver com as comunidades. Os indígenas são muito democratas. Para começar a trabalhar, tinha reunião com a comunidade inteira, durante dias, para me conhecerem. As comunidades indígenas jamais foram tão ameaçadas como agora. E nunca foram tão organizadas. Eles estão altamente organizados e sabiam quem era eu e que meu trabalho serviria no sentido de divulgar para proteger. Na exposição, eu faço sim apresentação estética através das fotos, Lélia traz uma quantidade de informação, mas quem traz o ponto político e social são as entrevistas de líderes indígenas que estão dentro da exposição fazendo discurso na língua deles.</div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ"> </div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ"><a href="/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html">/webstories/2025/04/7121170-canal-do-correio-braziliense-no-whatsapp.html</a></div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ"> </div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ"><strong>Houve negociação entre o que você queria mostrar e o que eles queriam falar?</strong></div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ"> </div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ">Todas as comunidades com as quais trabalhei, sem exceção, já tinham tido contato. Eles conheciam o mundo do qual eu vinha, por que eu vinha. Só me aceitaram porque o que eu ia fazer era coerente com o que eles queriam apresentar. Houve total amalgamento com o que estava esperando e o que eu poderia oferecer. Foi muito bom, interessante, sincero. Eles são profundamente sinceros e sabem que estão profundamente ameaçados, que se a gente não conseguir que o bioma seja protegido, eles não terão mais o meio ambiente garantido e eles precisam de todo o sistema amazônico para continuar a existir como comunidade. A gente, às vezes, tem uma ideia de que os indígenas são ingênuos, inocentes. Eles são iguaizinhos a você e a mim. Dentro da floresta, são o mesmo animal que eu, com a mesma acuidade e preocupação, existe uma verdadeira troca.</div> <div class="pub-ret" data-google-query-id="LfpbOHuo0DFRw5uQYdGcMijQ"> <p class="texto"><strong>Você teve a oportunidade de conviver com populações que vivem em áreas isoladas, apesar do contato com o branco. O que acha do discurso da integração?</strong></p> <p class="texto">A opção tem que ser da comunidade indígena e não de uma proposta política interessada no espaço que o indígena ocupa hoje. As comunidades indígenas entraram na América há 20 mil anos, quando chegaram na Amazônia e tiveram que buscar seus territórios. Eles são agricultores e buscaram as terras mais aptas à agricultura. O que acontece no governo atual? Eles estão loucos atrás das terras indígenas porque são as melhores para a agricultura, mas elas são protegidas pela lei.</p> <p class="texto"><strong><a href="https://whatsapp.com/channel/0029VaB1U9a002T64ex1Sy2w">Siga o canal do Correio no WhatsApp e receba as principais notícias do dia no seu celular</a></strong></p> </div> </div> <p class="texto"><div class="read-more"> <h4>Saiba Mais</h4> <ul> <li> <a href="/brasil/2025/05/7154539-janja-nao-viajo-com-maquiador-voce-confundiu-a-primeira-dama.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/png/2025/05/23/675x450/1_captura_de_tela_2025_05_23_114523-52596456.png?20250523114756" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Janja diz que não viaja com maquiador: "Você confundiu a primeira-dama" </span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2025/05/7154453-comissao-flagra-abandono-em-memorial-dos-mortos-da-ditadura.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/675x450/1_a3c6bda8_c3d2_47cb_ba71_815eb34b63ff-52588555.jpg?20250523095113" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Crânios no chão: comissão flagra abandono em memorial dos mortos da ditadura</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2025/05/7154389-onibus-com-30-ageiros-pega-fogo-na-br-060.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/23/675x450/1_bombeiro-52578335.jpg?20250523083406" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Ônibus com 30 ageiros pega fogo na BR-060</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2025/05/7154045-freiras-de-goias-fazem-beatbox-e-dancam-em-programa-de-tv.html"> <amp-img src="https://midias.correiobraziliense.com.br/_midias/jpg/2025/05/22/whatsapp_image_2025_05_22_at_18_16_14-52565303.jpeg" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Freiras de Goiás fazem beatbox e dançam em programa de TV</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/brasil/2025/05/7153906-brasil-institui-dia-nacional-do-brega-no-aniversario-de-reginaldo-rossi.html"> <amp-img src="/dapressmidia/CB/PRO/2013/12/17/media/CBPFOT171220131428.jpg?20250522164328" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Brasil institui Dia Nacional do Brega no aniversário de Reginaldo Rossi</span> </div> </a> </li> <li> <a href="/mundo/2025/05/7153873-enchentes-no-rs-por-que-nao-ha-nada-pronto-para-evitar-inundacoes-1-ano-depois.html"> <amp-img src="https://midias.em.com.br/_midias/jpg/2025/05/22/a1bafbe0_35a4_11f0_96c3_cf669419a2b0-52553351.jpg?20250522161827" alt="" width="150" height="100"></amp-img> <div class="words"> <strong>Brasil</strong> <span>Enchentes no RS: por que não há 'nada pronto' para evitar inundações 1 ano depois</span> </div> </a> </li> </ul> </div></p>", 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Relembre a entrevista de Sebastião Salgado ao Correio sobre 'Amazônia viva' 732h4b
LUTO

Relembre a entrevista de Sebastião Salgado ao Correio sobre 'Amazônia viva' 573u5j

Para além da devastação da Amazônia, Sebastião Salgado sempre quis mostrar a beleza e a diversidade do bioma nas fotografias. 5y6550

Sebastião Salgado, um dos maiores fotógrafos do mundo, morreu nesta sexta-feira (23/5), aos 81 anos. O artista deixa um acerco de milhares de fotos em que mostra a diversidade do Brasil, mas também a destruição ambiental e as desigualdades sociais. Em 2022, o fotógrafo deu uma entrevista ao Correio em que comentou sobre a exposição Amazônia.

Lançada em 2022, no Sesc Pompeia, em São Paulo, Amazônia é resultado de sete anos de imersões fotográficas de Sebastião na Amazônia brasileira, com cerca de 200 imagens. As imagens revelam a floresta, os rios, as montanhas e a vida de comunidades indígenas.

O fotógrafo contou à repórter Nahima Maciel que trabalhou com várias etnias da Amazônia e percebeu o avanço da destruição da floresta. Mas para além da devastação da Amazônia, Sebastião Salgado sempre quis mostrar a beleza e a diversidade do bioma nas fotografias — a Amazônia viva, como ele dizia. 

Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -
Acervo Sebastião Salgado -

Leia a entrevista completa: 2y1p20

Segundo o Ipam, o desmatamento na Amazônia cresceu quase 57% nos últimos anos. Você teme que a floresta que fotografou já não seja a mesma?

O bioma amazônico, principalmente no governo atual, sofre total ameaça. A primeira coisa que este governo fez foi tirar os filtros de proteção. O Ibama era um grande filtro de proteção, que verificava, dava multas. Foi eliminado para permitir a destruição. O segundo filtro foi a Funai, que sempre foi dirigida por cientistas, sempre foi organizada e funcionou na mão de sertanistas, de sociólogos, de antropólogos. A Funai hoje é dirigida por um delegado de polícia e serve ao agronegócio mais do que às comunidades. A Funai ou a ser o inimigo das comunidades. Isso permitiu a violação extrema do bioma e das comunidades indígenas. Minha grande esperança é que teremos eleição em quatro meses e que o próximo presidente não seja mais esse predador que está aí, seja alguém que respeite as grandes instituições brasileiras. A Funai é uma das maiores instituições de todas as Américas. Comunidades indígenas dos Estados Unidos e do Canadá foram inteiramente destruídas. O Brasil as mantém. E a Floresta Amazônica era altamente protegida pelo Ibama, pelo Instituto Chico Mendes.

Você chegou a acompanhar o impacto dessa destruição junto às populações indígenas?

São ameaças terríveis que estão acontecendo. O Brasil possui a maior concentração de índios isolados do mundo. Uma das maiores concentrações está no vale do Javari, e eles sofrem ameaças diretas dos garimpeiros, dos madeireiros e de pescadores, que facilitam enormemente a penetração dos territórios indígenas. O território yanomami está sendo violado por mais de 20 mil garimpeiros. Esses territórios são protegidos por lei, o governo brasileiro devia ser o primeiro agente da Constituição defendendo esse território. O governo é composto de três poderes: o Executivo, que é um predador, o Legislativo, que não toma posição, e o Judiciário, o único poder que mantém referência. É com o judiciário que estamos contando. As comunidades poderiam ter sido quase eliminadas agora com a covid-19. Graças ao judiciário, conseguimos que fossem as primeiras a serem vacinadas. A gente tem tendência a imaginar que o governo é só Executivo, mas temos três poderes e um deles atua, que é o judiciário.

Mostrar a beleza, e não a destruição da Amazônia, tem capacidade de mobilizar mais as pessoas?

São mais de 180 línguas diferentes, mais de 185 culturas diferentes, com origens diferentes. A opção que fizemos foi essa, de apresentar a Amazônia viva no sentido de que as pessoas compreendam o que é e que precisamos perseverar. É a maior concentração de riquezas do mundo. Eu sei porque o custo para recuperar um hectare é enorme. E quanto custa a destruição de um hectare da floresta amazônica? É o preço que vamos ter que colocar para refazer. Custa uma fortuna. Uma fazenda jamais vai gerar riqueza suficiente para pagar a destruição que fez. Se tivéssemos um projeto de desenvolvimento sustentável, para tirar um projeto turístico, com distribuição de cooperativas e comércio justo, íamos trazer um fluxo maior de dinheiro do que entra hoje. Com as plantas medicinais, poderíamos revolucionar a indústria farmacêutica. Mas isso é uma decisão de governo, uma decisão de levar a Amazônia para um projeto sustentável.

Alguns cientistas dizem que a próxima pandemia pode vir da Amazônia. O desmatamento aumenta a probabilidade de contato com novos microorganismos que causam doenças infectocontagiosas. Há uma relação entre a Amazônia e a pandemia que estamos vivendo?

Claro que sim. Quando você olha a covid-19, é causada por um vírus que saiu da natureza, assim como o ebola. Então, se você pensa em um espaço como a Amazônia, o que contém de vírus, o que contém de enfermidades estocadas que nem conhecemos e que vão proporcionar surpresas terríveis com a destruição... Se continuarmos a grande escalada de destruição, seguramente vamos ter surpresas terríveis com vírus saindo da Amazônia. Imagina se tivermos três ou quatro vírus como o que causa a covid-19?

Houve momentos de muita tristeza durante as expedições? Quais foram?

Os momentos de tristeza vieram toda vez que tive o aéreo e via a destruição da floresta, quando via milhares de toras de madeira descendo o rio, extraídas ilegalmente. Me dava uma tristeza imensa ver esse incentivo à destruição da maior riqueza brasileira. Esse governo atual tem que ser responsabilizado por esse crime ambiental que está cometendo.

Como foi a aproximação e a relação com os indígenas durante a execução do projeto?

Ir para comunidades indígenas precisa de muito tempo. Primeiro, o o é difícil, precisa obter autorização. Obtive autorização da Funai. Só pude ir depois da autorização e eles sabiam que eu ia, estavam me esperando. Para fazer um trabalho desses, precisa de muito tempo, precisa viver com as comunidades. Os indígenas são muito democratas. Para começar a trabalhar, tinha reunião com a comunidade inteira, durante dias, para me conhecerem. As comunidades indígenas jamais foram tão ameaçadas como agora. E nunca foram tão organizadas. Eles estão altamente organizados e sabiam quem era eu e que meu trabalho serviria no sentido de divulgar para proteger. Na exposição, eu faço sim apresentação estética através das fotos, Lélia traz uma quantidade de informação, mas quem traz o ponto político e social são as entrevistas de líderes indígenas que estão dentro da exposição fazendo discurso na língua deles.
 
 
Houve negociação entre o que você queria mostrar e o que eles queriam falar?
 
Todas as comunidades com as quais trabalhei, sem exceção, já tinham tido contato. Eles conheciam o mundo do qual eu vinha, por que eu vinha. Só me aceitaram porque o que eu ia fazer era coerente com o que eles queriam apresentar. Houve total amalgamento com o que estava esperando e o que eu poderia oferecer. Foi muito bom, interessante, sincero. Eles são profundamente sinceros e sabem que estão profundamente ameaçados, que se a gente não conseguir que o bioma seja protegido, eles não terão mais o meio ambiente garantido e eles precisam de todo o sistema amazônico para continuar a existir como comunidade. A gente, às vezes, tem uma ideia de que os indígenas são ingênuos, inocentes. Eles são iguaizinhos a você e a mim. Dentro da floresta, são o mesmo animal que eu, com a mesma acuidade e preocupação, existe uma verdadeira troca.

Você teve a oportunidade de conviver com populações que vivem em áreas isoladas, apesar do contato com o branco. O que acha do discurso da integração?

A opção tem que ser da comunidade indígena e não de uma proposta política interessada no espaço que o indígena ocupa hoje. As comunidades indígenas entraram na América há 20 mil anos, quando chegaram na Amazônia e tiveram que buscar seus territórios. Eles são agricultores e buscaram as terras mais aptas à agricultura. O que acontece no governo atual? Eles estão loucos atrás das terras indígenas porque são as melhores para a agricultura, mas elas são protegidas pela lei.

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